Pátria Utópica – O Grupo de Genebra Revisitado
Autor: António Barreto, Ana Benavente, Eurico de Figueiredo, José Medeiros Ferreira e Valentim Alexandre
Páginas: 320
Coleção: Fora de Colecção
ISBN: 978-972-53-489-1
PVP: 15,00 | Preço site: 13,50
Encadernação: Capa mole com badanas
Formato: 15,5cmX23,5cm
Data de edição: 10-2011
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Como diz Amadeu Lopes Sabino, no prefácio deste livro:
«Neste início de século e de milénio, depois de décadas de apagamento da memória histórica, é de difícil inteligência pelo comum dos mortais o mal-estar da juventude portuguesa nos anos 60: a diluição do tempo e da consciência, o amargo lodo dos dias, a acídia das manhãs, a melancolia das noites brancas. A ameaça da mobilização pairava como uma ave de mau auspício sobre os destinos individuais».
Para os autores deste livro a solução foi partir. António Barreto sem nenhuma razão imediata, apenas porque estava farto de viver aqui; Ana Benavente que se casara aos 18 anos para «fugir à hipocrisia da moral vigente» e à «disciplina de vida imposta às raparigas», porque não queria que o marido fosse mobilizado para a guerra colonial; Eurico de Figueiredo que por razões de saúde estava isento do serviço militar, sabia que partir do Portugal salazarista estava «marcado nos astros» e nos mitos e tradições da família, e era essencial fugir à inevitável prisão; José Medeiros Ferreira partiu já numa situação insustentável e sem saídas, prestes a ser mobilizado num dos processos mais «dramáticos e até dilemáticos» da sua vida; e Valentim Alexandre, já na Guiné, sentiu necessidade de partir porque «em Portugal abafava-se» e porque crescentemente considerava estar do lado errado no conflito guineense.
Fizeram de Genebra a sua Pátria mas regressaram a Portugal com o 25 de Abril e «deram à pátria de origem o que a Pátria adoptiva lhes emprestara: alguma ciência, a vontade de reformar não só a política mas também a sociedade, algumas esperanças e muitas desilusões (…)».